terça-feira, 31 de julho de 2012
quinta-feira, 28 de junho de 2012
O ímpeto de saciar
O ímpeto de saciar as vontades nos torna vulneráveis,socialmente, perante a sociedade. O critério usado para distinguir o certo e o errado é algo certamente incabível para um ou para o outro cara do lado. Os seus olhares. Os dedos que nos apontam não dobram o suficiente para apontar o contrário. Para si, é uma coisa. Para o outro, é errado. Ainda nos vale uma saída para dizer se o que eu quero, diante das circunstâncias dadas, é o que quero, diante das circunstâncias dadas. Certamente, validando o inválido crio as possibilidades, os casos, o acasos, os atrasos, a antecipação do sim ou do não e todos os gases, que saem de mim ou do campo minado, do século passado, de guerras e explorações navais, de piratas, usinas nucleares e bombas de perfume barato. O antídoto gasto antes da hora e do prazo, para medir e então remediar o que ainda não. O giro do furacão no Japão muda o ritmo da maré no sertão. E assim, as ondas magnéticas implicam no coração cibernético do velho de oitenta anos, que não pediu pra se ver velho ou estático, numa cadeira de rodas, de platina, e liga leve, de BMW.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Um texto de celular
Será que dá pra escrever aqui nessa joça? Sempre me pergunto isso ao pensar nessa idéia de ter um celular. Um celular novo, pra substituir e trocar aquele antigo, feio e ultrapassado. Pelo menos ele foi doado. Segurou bem a onda. Já foi útil de várias formas e me salvou de várias furadas. O celular, hoje em dia , serve para: fazer ligações, receber chamadas, tirar fotos, ouvir música, gravar vozes e som, enviar torpedos, destruir navios, escrever textos, marcar na agenda, no calendário, acordar cedo, disfarçar algo, entrar na internet, ver os e-mails e ganhar uma namorada. O teclado é melhor do que o outro, antigo e surrado, que pra escrever uma única palavra, tinha que me empenhar um bocado, um mucado mermo, pressionando de uma a três vezes cada caractere, e rezar pra não encostar sem querer naquela maldita tecla errada. O texto que está sendo escrito parece piada, mas é sério. Daqui a pouco será publicado por uma editora gente-boa e impresso de forma errônea num papel areado com fonte Sans Serif tamanho A4. Dignamente escrevo com o mesmo fervor e autenticidade que um escritor comum, porém num século algum com muita informação e possibilidades. Eu posso alcançar o público com um pouco de esforço, sem usar o porém, inclusive sem vaidade. Só maldade. As rimas que vem são aos poucos distribuídas aleatória e ordenadamente pelos meus dedos através deste compacto teclado adaptado para textos curtos e rápidos. Meus dedos largos trabalham e se cansam em apuros procurando, além de tudo, aquela palavra chave.
terça-feira, 10 de abril de 2012
O que foi isso, Amor?
Ela mentiu. Ele pensou. O que não queria que tivesse sido, foi. O pior que podia ter acontecido era pior do que poderia ter acontecido, se realmente tivesse acontecido. Ele pensou mais um pouco. Não queria ter pensado mais um pouco, pois o pouco que pensou a mais já não era pouco demais. Tamanha fantasia. Ela chorou. Ele disse que não. Que tamanha mentira não fosse tamanha mentira dele, e imaginação apenas. Apenas não fosse nada. Não fosse tudo o que era. Tudo. Era tudo antes. Antes era. Ela pensou. Ela pensou na mentira, que poderia ter sido verdade caso não houvesse sido, um dia, lindo. Num dia lindo eles brigaram. Pensaram que tamanho fato, por mais que abstrato, causasse tamanha cegueira. Tanta besteira. Nada que pensaram antes, foi. Já era. Ela olhou nos seus olhos e jurou pela sua família, já que família não tinha. E ele lembrou que era sua família, e que antes tudo era unido. Ele tocou em suas mãos e disse que não contrariaria qualquer coisa dita. Ela pensou. Ele mentiu.
terça-feira, 2 de agosto de 2011
I pod com isso?!
My little black-pearled random mp3 player device of the brand of the bitten fruit is renewed-syncronized-updated-refreshed-reestablished-staged-montado-ocupado-renovado-starred-estrelado com o rider técnico e o mapa de luz e de palco, contemplado pelo edital do Estado Governamental do Lado Direito do Meu Cérebro, com Hermeto Pascoal, Miles Davis, John Coltrane, Jelly Jam, Paulo Moura, Raimundos, Los Hermanos, Etta James, Tom Waits, Chet Baker, Barba Ruiva, Yamandu, The Strokes, Mahavishnu, Ravi Shankar, Algum Blues, suas Divas, Bach e as suas tocattas e fugas aos lugares mais maneiros, como a 52nd Street, o Birdland o Minton´s Playhouse, algumas piadas do Woody Allen, conselhos de Max Gehringer e A Metamorfose, de Franz Kafka, em audiobook.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
É assim, ó
O assim é daquela forma. Daquele jeito que eu te falei, pô. Da maneira contada da forma mais maneira possível. Não lembra? Foi assim. Assim que eu digo. E olha que eu digo mesmo! O jeito mais possível e a forma mais digna de se ouvir isso é da maneira que foi dita, de alguma forma inadmissível e inesperada, no mínimo oculta, porém falada, cuspida, sussurrada, cagada. Engraçada. Engraçado que sempre as vogais não falham, nem a farinha engasga ou gruda no céu da boca. A definição desta palavra e o objetivo final desta obra mal acabada é para.
Tu é garoto
-Caraca, já ouviu o cd novo do Bach?
-Hello, Bach não existe mais...
-Que isso, o cara da loja falou. Tava tocando e eu comprei.
-Ah, deve ser uma coletânea nova...
-Sei lá, só sei que gostei do tal de Sebastião.
-Johan Sebastian Bach, grande organista e compositor alemão.
-Quê? Ele é médico também?
(...)
-Organista. Ele toca orgão. Instrumento de teclas.
-Entendi. Tipo aquele piano do The Doors, né?
-Isso. Tipo um piano do The Doors. Mas The Doors é rock.
-Sei...Tô começando a curtir esse negócio de música clássica, viu? Até comprei o cd do Miles Davidson outro dia.
-Miles DAVIS, cara. E Miles não é música clássica. É jazz. JAZZ!
-Hello, Bach não existe mais...
-Que isso, o cara da loja falou. Tava tocando e eu comprei.
-Ah, deve ser uma coletânea nova...
-Sei lá, só sei que gostei do tal de Sebastião.
-Johan Sebastian Bach, grande organista e compositor alemão.
-Quê? Ele é médico também?
(...)
-Organista. Ele toca orgão. Instrumento de teclas.
-Entendi. Tipo aquele piano do The Doors, né?
-Isso. Tipo um piano do The Doors. Mas The Doors é rock.
-Sei...Tô começando a curtir esse negócio de música clássica, viu? Até comprei o cd do Miles Davidson outro dia.
-Miles DAVIS, cara. E Miles não é música clássica. É jazz. JAZZ!
Marcadores: jazz bach the doors rock humor
segunda-feira, 2 de maio de 2011
As terras terríveis
As terras terríveis de Seu João, onde habitam e habitarão pessoas e espécies de todo escalão, do mais baixo ao mais são, do qual ninguém são levantasse a voz ou a mão. Terra seca, sofrida, a rouquidão na garganta explica, as amigdalas já não existem: extraídas! Mas ao sudoeste os cavalos não empacam, deitam. E as mulheres não prestam. Não prestam o papel de ser o que não são. Seu Zé também não deixa mole. Faz no fim do dia seu chá de catuaba e arrocha sua coxa nas primas gostosas, e boas, muito boas. Deliciosas. Numa esquina escura, diante de toda a fome, uma baiana de acarajé oferece a fé. -Com pimenta? Pouca. Disse o garoto bobo que tão pouco depois queimara a língua. São as terras de minha tia. Tia Soninha, Tia Jacira, que não é tia, mas tia minha é. Lá o sol assa. Arranca couro de bode, e a buchada já vem podre. Terra de ninguém. Ninguém mesmo. Nem o dono das terras, nem Seu Zé, nem seu agiota é idiota por responsabilizar-se pelos acres desta terra desgarrada. No dia de assinar o contrato, o dia parou. Notícia virou fato. Deu na TV, nas rádios...Ninguém foi achado. Nem os homens, nem a polícia, nem bandido, nem o branco, nem o negro, nem o padre e nem o pardo. Nem mesmo a pobre da caneta esferográfica. Nos dias dos dias seguintes, toda flor foi preservada, e as águas de todos os cactos já tinham secado. Mas um sorriso na boca de alguém, que dalí, chamou a atenção dos sete meninos que haviam entrado na casa de Dona Zenita pra comer feijão em dia de São Cosme e Damião. E o pedido foi feito pra essas terras de ninguém, que se saiba, que se salva. Há crenças e cantigas e orações que amenizam o rosto pesado de mil rugas que se alastram da testa ao tornozelo, das voltas e curvas das rugas da face das velhas e velhos, não tão velhos, mas já gastos, suados, usurpados, queimados pelo sol. Arranca couro. Fede. A flor de mandacaru que nasceu na terra crua anuncia o sinal de chuva que São Pedro irá jogar! O jogo de amarelinha que as crianças na rua pulam não sabem o motivo e o céu que ainda irão chegar.
terça-feira, 5 de abril de 2011
Under the comforter with
Oh, yeah, i overreacted. I felt quite... Well, you know how i felt. Are we still together? Is everything going well? How are things going? I felt in many ways, i don't really know what i felt. In fact, if i wanna tell you everything i felt, and you to understand whatever subject i come up with, i would probably, definitely, spend one hundred thousand and maybe even a lot more, minutes, or at least seconds. Seriously, i have tried everything, i have cried everything. Water and tears. I mean, i'm sure i haven't yet, that's pretty hard to happen. I can't just go and spend every thing i have here, my particular private little secret, my little handbag with tips and go's won run me out in a little while like this. I said what had to be said. I did what had to be done. In fact, if i had really done what had to be done, i would have felt much more betterness at the time. You said that little crap that hurt me back in my guts, slut, and you know it. Cause you're the gypsy acid queen, and you guarantee to break my little heart. But i won't take it bad, 'cause i can't just do that. I have lots of sunny days in me. Friday is right there. I'm gonna get my surfboard and my trunks and go to the nearest beach around here. It would be good if you could come too and then we lay then and there looking up to the sky and counting down how many days to our next trip. It is better when we are better. Look at me and say you don't feel that way, tell me how many souls i have collected and set free right away, you bitchy bitch. My bad, i don't wanna be saying bad things, or expressing my deepest or shallowest opinions in front of a mirror that is willing to be cracked, or whatever. Again, and again, and again, and against, and against my childhood principles, since i have been a grown up i haven't felt quite deflated, and neglected, and cuddled, and forsaken, and loved, and lost and whatever you call that thing when you are under the comforter watching a movie with the air conditioner on.