Vergonha Literária
Me perguntaram se tinha vergonha de escrever. Eu hesitei um pouco na hora de falar, mas na verdade eu até tinha. Depois comecei a me despir sobre os cadernos e blocos de nota da vida, blogs e outros meios de atingir o público. Expliquei o meu método de escrever: Tiro a roupa, faço umas quarenta flexões, olho no espelho, vou para o banheiro e entro na água gelada, que é pra esfriar a cabeça e liberar o que tiver preso. Sento pelado em frente ao computador e começo a escrever, sem parar... Não, não tenho vergonha de escrever. Vergonha de quê? Das palavras ditas aqui, ou dos erros de ortografia? O Poeta pode tudo, não há ditadura que impeça-o de expôr o que pensa ou fatos presenciados por personagens dele. Por isso, não há vergonha. Mas se entram no meu quarto e me pegam com a janela aberta botando tudo pra fora, logo fico tímido. Um pouco de medo do ridículo. Depois, me deparo com contos de Nelson Rodrigues e Bukowski. Num bar trocamos idéia a noite toda. Eles me contam sobre as putas que não comeram e tudo fica numa boa.