sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

De carne e ouro

Ah, se eu fosse de ouro! Me prenderia nos teus braços, dava um laço, muito caro, de amor, afeto, carinho, e tudo que é claro. Meu brilho encantaria tua alma e faria que todos, todos os olhos vissem o valor que é ser de ouro e forte como um touro, assim de carne e osso, preso no teu pulso, invadindo a tua casa, que é teu corpo, e alma. Calma, muita calma é preciso. Ter de perto o perigo relutante em ser jóia, rara. Por mim, até de prata. Sem ferrugem, sem desgaste, nem a bijuteria mais barata, da fonte que secasse, da morte da barata, do briho em teus olhos, da panela de inox, das taças de cristal que ecoa esse som que na coluna dói o sistema nervoso, estou nervoso, nervos de aço, dor no pescoço que vai da cabeça, toca o osso e passa com espasmos musculares, forçam a arcada dentária e, com esforço divino, me sento e sinto uma dor lombar e a coluna dorsal. Sou de carne, como e sangro, num ano, tanto como qualquer outro animal.

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