Despindo a dor da vizinha
-Ele ainda é nerd. Paulinho, o sujeito malandro, disse que aquela loirinha, filha da vizinha ao lado, que quando criança jogava queimado e deixava escapar os seios ao lançar a bola, para atiçar a criançada, e claro, alguns marmanjos que desciam só para brincar na rua, onde a menina estava. Me refiro à filha da “safada”, que após a separação, coitada, foi morar em São Petersburgo com a tia, e estuda teatro numa escola à beira do Rio Neva, e aos sábados pode banhar-se nas praias do Mar Báltico, e parece que anda fazendo papéis principais em uma espécie de pornochanchada russo e ainda vem todo ano ver sua família desnaturada. Pena que está usando drogas e só quer saber de atores Globais ou homens muito bem pagos. Vejo pelas máquinas estacionadas em sua garagem durante suas férias, que é no mês de março. Seu pai, o homem de quem havíamos falado, na época, era professor de matemática e sempre bom marido, havia sido efetivado para dar aulas no Fundão. Muito longe de casa, chegava tarde e cansado do trabalho, onde junto com ele, mulheres de meia-idade trabalhavam. Sua mulher, a tarada, começou a desconfiar da pedagoga coordenadora, que, do nada, um dia às 4 da madrugada, liga e pergunta onde ele estava. Pouco sabia que a pedagoga feiosa e mal amada, com cabelos desgrenhados, era feia e mal amada, e ainda fazia sessões diárias de psicólogo e se tratava com um renomado psiquiatra. Depois daquela situação inusitada, mal-entendido, e daquela caixa de chocolates vagabundos e flores amassadas, ela ficou completamente mudada. A ilusão tomou conta. Ficou louca. Geminiana, imaginou coisas, pegou em facas e queria descontar da forma mais apropriada: Um dia fez uma reforma em casa e deu pra todos os pedreiros e operários até o marido chegar, cansado, de um longo dia de trabalho na afastada universidade. Do prédio onde moro dá pra ver sua fachada, janelas laterais dos quartos de dormir e área de serviço. Vejo as brigas, conversas amorais, buceta raspada, portas cerradas com muito vigor, mas que com muito amor, inspiram este garoto que, aos dezoito anos, espera ficar mais velho pra tirar, não só com os olhos, as roupas da vizinha e da dor.
2 Comentários:
Agora eu também acompanho o carioca blues...
já virei fã.
=)
beijo!
Brigado, Carol!
É uma honra!
=)
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